quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Seagulls on land (6) "Glaucous Gull"


Gaivotas em terra (6) "Glaucous Gull"


Larus hyperboreus (1st winter)

As aves marinhas, bebem água do mar, conseguindo manter o equilíbrio osmótico sem acesso a água doce. A maioria do sal ingerido pelas gaivotas e outras aves marinhas é eliminada por um par de glândulas localizadas junto aos olhos, chamadas de glândulas de sal. Sem estas glândulas, estas aves, que passam largos períodos no alto-mar, alimentando-se e bebendo água do mar (que tem geralmente uma salinidade próxima de 35 gramas de sais dissolvidos por litro), não poderiam sobreviver.
Quando a ave ingere a água do mar, o sal entra na corrente sanguínea e é conduzido para filtragem às glândulas do sal, que têm uma estrutura semelhante à dos nossos rins. O sangue entra nelas por capilares ao lado das células que operam a secreção, fazendo a dessalinização. O sal extraído por essas células passa para tubos secretores ligados à cavidade nasal e é eliminado seguidamente pelas narinas em forma liquida. Provem daqui a mancha branca visível na região do bico da ave e as gotas expelidas pelo bico e narinas quando as aves sacodem a cabeça. Parte do sal também é excretada pelos rins, misturado nas fezes e na urina, mas em quantidades mais reduzidas que as expelidas pelas glândulas de sal.





Apesar deste sistema especializado em eliminar os excessos de sais do corpo, a verdade é que sempre que vou observar gaivotas próximo de fontes de água doce, verifico que as aves que vêm do mar param e bebem grandes quantidades de água como se estivessem a “matar e sede”.

Ora, isto vem a propósito da ultima “raridade” que observei e o local onde aconteceu.
muito tempo eu concluí que a foz dos rios e ribeiras é o local onde é mais provável encontrar aves marinhas de espécies menos frequentes na nossa costa. Em Matosinhos, acontece na foz do Rio Onda na Praia de Angeiras e na foz da Ribeira de Carcavelos na Praia de Matosinhos. É nestes locais onde tenho visto a maior parte de aves consideradas raras ou acidentais em Portugal.
É o caso deste belo juvenil de Gaivota-hiperbórea (Larus hyperboreus) que observei na foz da Ribeira de Carcavelos na manhã do passado Sábado dia 14 deste mês.


Video: 00:21 min

Por isso, quando estiver junto da foz de um rio ou riacho, veja atentamente porque misturado com outras aves pede haver alguma de uma espécie menos frequente.


-CPR: Observação registada para homologação no Comité Português Raridades sob o nº. "CPR-ONLINE-846". Foi atribuído ao registo o código definitivo P024.

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