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segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Seagulls on Land (18)


Gaivotas em terra (18)



Larus hyperboreus


Depois de umas férias dedicadas ao mundo dos insectos benéficos ao Homem e à Natureza (abelhas), de regresso a Matosinhos tive, naturalmente, que ver como decorre o movimento migratório das gaivotas.
No dia 22/8 fui à Reserva Natural do Estuário do Douro. Desta visita destaco a presença de um número interessante (para a época) de Larus melanocephalus [Gaivota-de-cabeça-preta]
GW[R0JV]


Local de Origem: Polder de Sebastopol; Barbâtre; Vendée, França
Anilhada ainda pinto por: team Franck Salmon e Cap Ornis Baguage em 23/06/2018
Life History:
30/06/2018 Polder de Sebastopol; Barbâtre; Vendée; France - Perrot, Jean Roger
17/07/2018 Polder de Sebastopol; Barbâtre; Vendée; France - Zours, Andreas
04/08/2018 Ria; Le Conquet; Finistère; France - Le Dreff, Alain
08/09/2018 plage de Porsmilin; Locmaria-Plouzané; Finistère; France -Le Dreff, Alain
10/09/2018 plage de Porsmilin; Locmaria-Plouzané; Finistère; France -Le Dreff, Alain
12/02/2019 Vila Nova de Milfontes; Odemira; Beja; Portugal -Rui, Jorge

22/08/2019 RNLED, V.N.Gaia, Portugal - José Marques

e também de alguns exemplares de Larus fuscus [Gaivota-d'asa-escura] provenientes do Reino Unido(2); Guernsey(1);Irlanda(1) e França(2), bem como uma Larus michahellis portuguesa.
                                                                                  GW[N:D19]                                         BW[F:006]



                                                                                                                            NW[9CK0]                                        RW[065:D]


                                                                                                                         WN[R:J6H]                                 WN[R:P2E]

NW[F207]


No dia 23/8 fui ao Porto de Pesca e Leixões. Quando lá cheguei fiquei entusiasmado porque estavam a fazer descargas de peixe e haviam milhares de gaivotas no ar.
Todavia, quando comecei a percorrer os cais verifiquei que a esmagadora maioria eram aves locais da espécie Larus michahellis [Gaivota-de-patas-amarelas] e haviam muito poucas aves migratórias.
Assim, apenas registei a presença de 3 Larus fuscus (2 Irlandesas + uma Belga); 2 Larus michahellis lusitanius e uma L. michahellis das Ilhas Berlengas.

                                                                                   BW[295:R]                          BW[438:R]



BW[BZ.OJ]

                           NW[AP6H]                                                RW[K65:G]



YN[YLT]


Surpresa foi quando na derradeira passagem pelo Cais 1, bem lá na ponta, estava um Gaivotão-branco [Larus hyperboreus] que -pelo comportamento e local onde o encontrei- me parece um individuo que vem visitando este sitio.
Como saberão, esta espécie é considerada uma raridade em Portugal e a sua observação deve ser comunicada ao Comité Português de Raridades.
Esta observação foi registada no CPR com o código "Q122" (2º.registo)

Larus hyperboreus













sábado, 6 de abril de 2019

Seagulls on Land (17)

Larus hyperboreus
Atravessamos um período em que a maioria das gaivotas migratórias já partiram para os locais de reprodução. Ainda assim, na manhã da passada Terça-feira, dia 2 de Abril, fui ao Porto de Pesca de Leixões para ver o que por lá andava.
Quando lá cheguei verifiquei que estavam criadas as condições para uma boa jornada. O tempo estava óptimo, havia peixe nos cais, o céu estava cheio de gaivotas e eu ia testar a minha nova maravilha da técnica Nikon a “Coolpix P900” que, pesando apenas 899g e uma objectiva de 24 a 2000 mm, me vem proporcionar registo fotográfico de visão telescópica e a qualidade é aquela que podem ver nas fotos deste dia.
Larus glaucoides (3cy)

As 6 espécies de gaivotas observadas, foram; Larus hyperboreus, Larus glaucoides, Larus argentatus, Larus ridibundus, Larus fuscus e Larus michahellis.
Porque o exemplar da espécie Larus glaucoides é um individuo que permanece por cá já há algum tempo, realço o meu primeiro registo de Larus hyperboreus neste ano (Registada no CPR-Comité Português de Raridades com o código definitivo R113) .
Larus hyperboreus
Embora já não seja considerada uma raridade em Portugal, a Larus argentatus, é uma espécie não muito frequente e as aves observadas não na sua grande maioria imaturas.
Larus argentatus (imatura)
As Larus fuscus com anilhas eram provenientes do Reino Unido (4) e Alemanha (1)
                                                                                  R[D+N]                                         M[GV30857]
                                                                     B[F:410]                                              R[DU.DT]


Registei ainda a presença de 8 Larus michahellis anilhadas em Portugal, sendo que uma foi anilhada pelo RIAS-Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens (curioso que esta ave tem a língua fora do bico) e as outras 7 pertencem ao Projecto Life Berlengas.
- Para obter a informação disponível sobre todas as aves aqui apresentadas, faça um “click” no código da anilha.




domingo, 24 de março de 2019

Seagulls on Land (16)


Larus glaucoides (3cy)
Após um mês de ausência forçada, lá voltei a ter pernas para observar gaivotas.
Na manhã do dia do Pai (19.Março) fui até ao Porto de Pesca de Leixões. O dia estava lindo a na azafama da descarga do peixe (pouco) deu para registar a presença de algumas aves interessantes.
Comecei logo por registar a presença de uma Larus glaucoides (Gaivota-polar) o que me deixou algo feliz porque é sempre bom registar a presença de espécies raras no nosso país.

Nota: A observação de aves raras em Portugal deve ser reportada ao CPR-Comité Português de Raridades. No Portal da SPEA-Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves poderá confirmar a Lista das Espécies consideradas raridades e fazer os registos para homologação.


Quanto a aves portadoras de anilhas coloridas registei 10 Larus fuscus (Gaivota-d'asa-escura) originárias de: Bélgica(1),Dinamarca(2),França(1),Guernsey(1), Holanda(2), Irlanda(1),Reino Unido(2), e duas Larus michahellis (Gaivota-de-patas-amarelas) Ibéricas.

Destaco hoje ave a francesa apenas por um facto novo. Após longo período de espera, a Bretagne Vivante abriu à comunidade o seu Portal (http://www.bretagne-vivante-dev.org/goelands/index.php ) para registo e consulta de documentação das aves anilhadas por esta Instituição. Não tive ainda informação de que o Portal esteja completamente concluído, razão pela qual não fiz uma análise mais atempada sobre as “potencialidades” do Portal. Parece-me no entanto de acesso e utilização facilitada. Ressalvo todavia dois pormenores; a falta de um campo para mencionar o Sexo da ave e a inexistência de uma galeria para arquivo de fotos.
ON[3:BKK]
O registo das observações é muito fácil e o documento do histórico obtido é este:

As outras Larus fuscus com anilhas coloridas tinham origem na Bélgica(1), Dinamarca(2), Guernsey(1), Holanda(2), Irlanda(1),Reino Unido(2)
Larus fuscus

Pode obter a informação disponível sobre estas aves fazendo um “click” no código da anilha correspondente:
Bélgica – BW[Z.PAW]    
Dinamarca –  BW[V.30Y]  ----- BW[V.49V]   
Guernsey -  NW[9FK5] 
Holanda – GW[JV] - GW[K.BJC] 
Irlanda NW[105:C] 
Reino Unido RW[DU.DT] -   BW[F:410] 

Larus michahellis

 Nesta espécie, dois juvenis com anilhas de origem em Portugal e Espanha (País Vasco),

Pode obter a informação disponível sobre estas aves fazendo um “click” no código da anilha.
Espanha (País Vasco) – RW[2Y3:G] 
Portugal – YN[YDL] 


Agradecimento:
A todos os Centros emissores pela informação disponibilizada.







sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

27 years, 7 months and 25 days - Irish gull


27 anos, 7 meses e 25 dias – Gaivota irlandesa


 Praia do Paraíso (Matosinhos) -1 - 02/01/2016

Quando vejo uma gaivota apenas com a anilha metálica nas patas fico um pouco decepcionado porque nem sempre consigo ler o código completamente. Obter as fotos suficientes que permitam ler a anilha é um trabalho difícil, paciente e nem sempre coroado de êxito.

Tenho tido algumas decepções porque, às vezes, por faltar apenas um digito o trabalho tido não tem valor nenhum, o que é frustrante. Daí que, por vezes eu não me preocupe em obter fotos que permitam montar as imagem necessárias para ler a anilha completamente.

Todavia, quando se trata de aves adultas, que me permitem aproximar e rodar á sua volta, não perco a oportunidade.

É o caso desta gaivota.
 Praia de Matosinhos -2- 07/12/2017

Mas, vejamos um pouco da história de vida desta gaivota:

Anilha metálica – GH82607 (BTO)
Espécie – Gaivota d’asa escura (Larus fuscus)
Origem - Focarrig, Cape Clear Island, Cork, Irlanda
Idade – Anilhada, ainda no ninho, em 16/06/1991

Quando registei este individuo pela primeira, vez no dia 2 de Janeiro de 2016, ela estava a 1137 kms (em linha recta) do local onde nasceu e tinham passado 8.966 dias (24,5 anos) depois que foi anilhada.

Depois do registo em 2016, voltei a registá-la em 2017, em 2018 e agora em 2019.  

 Praia de Matosinhos – 3- 11/12/2018

 Como disse anteriormente, sobre a dificuldade de obter registos destas anilhas, confesso que é um recorde para mim, conseguir ler uma anilha metálica, durante quatro anos seguidos.

Porque será que isto acontece?… será que já me conhece e não se sente ameaçada com a minha presença? será que é ela que vem ao meu encontro para que registe que ainda está viva???…


Porque já tenho um “carinho” muito especial por esta ave pensei dar-lhe um nome de algo comum aqui no Norte de Portugal e a Irlanda. E o nome escolhido foi… Celta (= Celtic)!
 Porto de Pesca de Leixões (Matosinhos) – 4 - 11/02/2019

No último registo ela completou 27 anos, 7 meses e 25 dias. É uma idade razoável mas se considerar-mos que o recorde de longevidade da espécie é de 34 anos e 10 meses (anilha GM21509-GB&Ireland, morreu baleada), vamos ter que nos encontrar ainda por mais uns anos...


 O registo de anilhas metálicas deve ser feito no Portal da Euring (link)



Agradecimento:
- A BTO – British Trust for Ornithology pela informação recebida.




sábado, 9 de fevereiro de 2019

Larus delawarensis (II)


Gaivota-de-bico-riscado no Estuário do Rio Douro



Em Fevereiro de 2017 publiquei (aqui) um artigo sobre esta espécie e, presumo, sobre este mesmo individuo.



Recentemente, registei novamente a presença deste individuo no Estuário do Rio Douro.
O motivo que me leva a deduzir tratar-se do mesmo individuo é de carácter comportamental dada a forma familiar como a ave se comporta e movimenta neste local.



Todavia, este ano, fiquei a conhecer melhor esta ave graças a um pormenor que me irá permitir identificar, no futuro, se é o mesmo individuo. O pormenor que o distingue é que quando grasna, não se ouve qualquer som. Ou seja, caso não seja uma afonia temporária, este individuo é completamente “mudo”.





O tempo confirmará, se é o mesmo individuo!



                                                                           Video (0:54)




sábado, 2 de fevereiro de 2019

Seagulls in the Douro River Estuary



Gaivotas no Estuário do Rio Douro


Estuário do Rio Douro (margem Norte)


No Estuário do Rio Douro há uma enorme quantidade e diversidade de aves que escolhem este local para a invernada ou como ponto de passagem nas suas longas rotas migratórias.
Estuário do Rio Douro

Este é o local escolhido por várias espécies para viver no Inverno, com realce para os Corvos-marinhos (Phalacrocorax carbo), as Garças (Ardea cinerea e Egretta garzetta) e Gaivotas de vários géneros.

De todas as gaivotas invernantes, destaca-se a enorme colónia de Larus ridibundus (Guincho-comum) e Larus melanocephalus (Gaivota-de-cabeça-preta).
Larus ridibundus (Guincho-comum)                                      Larus melanocephalus (Gaivota-cabeça-preta)

Nos locais onde habitualmente gaivoteio (Gullwatching) não é frequente observar a presença de muitas aves destas espécies, daí o reduzido numero de aves anilhadas que até agora eu registei.

Sempre vi na área do estuário um enorme potencial de apoio cientifico no estudo das espécies que por aqui passam. Principalmente, para a identificação de raridades e a contagem e registo de anilhas das aves migratórias.

A área ocupada pela Reserva Natural Local do Estuário de Douro é fundamental para quem pretende fazer algum trabalho de leitura de anilhas na região envolvente do estuário.
Por se tratar de uma Área Protegida, em que o objectivo principal é criar um refúgio para protecção das aves, todas as actividades devem ser desenvolvidas com cuidado especial.

Equacionando todos os factores de protecção deste meio ambiente, com o apoio do Engº Paulo Faria (Técnico Responsável da Reserva), vamos incrementar um trabalho, que ele vinha desenvolvendo sozinho (com algumas limitações), com o objectivo de identificar através da anilha; a espécie e sua origem, provável rota migratória, previsão do tempo de permanência no estuário e outros dados que nos permitam melhorar o conhecimento sobre as aves migratórias que nos visitam.
Para a prossecução deste objectivo vamos procurar estreitar o relacionamento com todos os lideres europeus dos Projectos ou Centros emissores de anilhas coloridas permutando informação sobre as aves registadas.

Em consequência desta iniciativa vimos partilhar duas aves (entre outras registadas) de diferentes espécies e origens.
R[ZHL4]-Larus melanucephalus (imatura)
Dados conhecidos desta ave:

- Anilha colorida: R[ZHL4] – Anilha vermelha com o código alfa-numérico branco
- Espécie – Larus melanocephalus (Gaivota-de-cabeça-preta)
- Local de anilhagem: Šenov, Volensky fishpond, Ostrava, Republica Checa
- Idade e Data da anilhagem: Ainda pinto em 02/06/2018
- Líder do Projecto: Josef Chytil chytil@prerovmuzeum.cz
- Anilhador: M. Haluzik
- Data de observação na Reserva: 26/01/2019 (14:08) 

- Distância da colónia: 2.305 km (em linha recta)
o0O0o

Y[EUJL]- Larus ridibundus (adulta)

Dados conhecidos desta ave:

- Anilha colorida: Y[EUJL] – Anilha amarela com o código alfa preto
- Espécie – Larus ridibundus (Guincho-comum)
- Local de anilhagem: Hensies (Marais d'Harchies), Hainaut, Bélgica
- Idade e Data da anilhagem: Ainda pinto em 29/05/2015
- Líder do Projecto: Tim Audenaert timaudenaert@hotmail.com
- Anilhador: Simar Jérémy
- Data de observação na Reserva: dias 01 e 26/01/2019 (14:01) 
- Distância da colónia: 1.409 km (em linha recta)

Curiosidades migratórias:
Sendo os primeiros registos fora das colónias de origem não é possível conhecer o percurso migratório
destas aves.

Agradecimento:
- A  Tim Audenaert  (Bélgica) e a Josef Chytil (Rep. Checa) pela informação disponibilizada.