"orfão" observado em 29.07.2016
Porque
existem tantas aves órfãs?
A
anilhagem científica de gaivotas é um método de investigação que
se baseia em marcar as aves para estudar o seu comportamento.
Consiste na marcação individual destas com um pequeno anel de metal
na tíbia ou tarso da ave (geralmente em liga de alumínio) onde
está gravada a identificação do Centro emissor, País e numero de
matricula.
As
anilhas plásticas coloridas com inscrição de um código
individual, são marcadores auxiliares que permitem a identificação
em campo sem necessidade de capturar a ave. Este sistema de leitura à
distância ajuda a acompanhar os movimentos do pássaro e sua
história de vida.
As
anilhas podem ser comparadas ao chip que se introduz nos cães. São
o Bilhete de Identidade das aves e fazem a ponte entre o animal e
toda a informação que a ele está associado.
Qualquer
registo de uma ave anilhada, obtido através da leitura destas
anilhas poderá fornecer muitos dados acerca da vida dessa ave que
são fundamentais para o estudo que permite elucidar aspectos da
biologia das aves, nomeadamente os seus padrões migratórios,
distribuição geográfica, longevidade, mortalidade, composição
populacional, morfologia, comportamento alimentar e outros aspectos
que serão estudados por ornitólogos.
As
aves migradoras deslocam-se livremente através das fronteiras
políticas de vários países, e são por isso consideradas
património colectivo da comunidade internacional, daí que a
cooperação internacional seja essencial para o
seu estudo.
A
EURING é a organização que assegura esta cooperação para todos os
aspectos da navegação científica de pássaros na Europa. A EURING
foi fundada em 1963, com o objectivo declarado de organizar e
normalizar a nível europeu a anilhagem científica das aves.
A
anilhagem de aves está sujeita ao cumprimento de leis, que variam de
país para país, mas geralmente qualquer pessoa está habilitada a
participar nos esforços de anilhagem, desde que tenha recebido
formação adequada e possua autorização legal para tal.
Tudo
isto vem a propósito de eu não compreender como é possível
existirem tantos “projectos” de anilhagem em Espanha que, penso
eu, foram gerados com o propósito de estudar a informação sobre as
aves anilhadas, mas
que,
passado algum tempo, como que desaparecem do mapa, deixando todas as
aves “órfãs”
e uma quantidade enorme de informação perdida.
Confesso
que quando observo uma ave destes “projectos” me sinto como se
estivesse a despejar água para um copo sem fundo…
Não
seria justo eu não referir que, por todo o território espanhol, existem
Grupos de Anilhamento que, de forma voluntária e entusiasmada,
exercem trabalhos notáveis de dedicação e profissionalismo e são
exemplos positivos da forma como este assunto deve ser tratado.
(*)
Ressalvo a hipótese, improvável, de existir aqui alguma anilha
que pertença a um projecto mal identificado por mim.
P.S. - Após publicação desta mensagem recebi comunicação de colegas espanhóis que directa ou indirectamente me vão facultar informação sobre as anilhas aqui "mascaradas".
P.S. - Após publicação desta mensagem recebi comunicação de colegas espanhóis que directa ou indirectamente me vão facultar informação sobre as anilhas aqui "mascaradas".
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