terça-feira, 29 de março de 2016

Centros Europeus de Recuperação de Aves Marinhas (I)



 Gaivota vitima de poluição marítima (crude)

Excluindo as aves que descobrimos com anilhas “piratas” não reconhecidas, quem pratica a observação de aves anilhadas (Ringwatching), regista não só indivíduos que foram marcados por Grupos ou Instituições dedicadas à anilhagem de aves com objectivos de carácter cientifico (Ex: na Europa, projectos EURING) mas também por Centros de Recuperação que, embora não seja a sua principal vocação, anilham aves quando as devolvem à Vida Selvagem recuperadas de enfermidades ou subnutrição.

Não tenciono aqui evidenciar o trabalho promovido por estes Organismos porque sei que é do conhecimento de todos a importância dos serviços operados em prol da preservação das espécies realizados nos Centros de Recuperação.

Pretendo somente prestar homenagem e dar conhecimento dos Centros que regularmente prestam assistência a aves marinhas e dos quais já registei nas minhas observações aves por eles tratadas/anilhadas.
Vou começar a rubrica “Centros Europeus de Recuperação de Aves Marinhas” com a divulgação de um Centro inglês, e continuarei brevemente a apresentar outros organismos similares.





Este projecto começou na primavera de 2011 fazendo parte do estudo para terem conhecimento sobre o nível de sobrevivência das aves reabilitadas no SWWR.
Do inicio ao termo (2013) do período em estudo, anilharam 250 aves das espécies Larus fuscus e Larus argentatus. A maioria das gaivotas reabilitadas foram encontradas por habitantes locais e eram originárias de colónias de nidificação em áreas urbanas próximas. Quando não era possível a devolução ao ninho, foram recolhidas e criadas neste santuário de vida selvagem.
Embora não muito actualizado pode consultar aqui um relatório intercalar sobre este estudo.



Espécie – Gaivota d'asa escura (Larus fuscus)

- Anilha - R[S:195]
- Anilhador - Mike Bailey
- Idade quando anilhada: Pinto (ainda não voava)
- Data e local da anilhagem – 27.08.2012 – Highbridge, Somerset,England 
- Distância entre Highbridge e Praia de Matosinhos - 1200 kms (em linha recta)

Curiosidades migratórias:
- Depois de fixada a anilha em Agosto de 2012, esta ave foi avistada/registada apenas duas vezes:
1 – em 30 de Junho de 2015 em Exeter, England;
2 – em 25 de Março de 2016 em Matosinhos, Portugal

Highbridge > Matosinhos = 1.200 ks

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Agradecimento:
- A história de vida desta ave foi disponibilizada por: Mike Bailey

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quinta-feira, 24 de março de 2016

Alcatraz | Albatroz


En-Us:Northern GannetCa:MascarellDa:SuleDe:Basstölpel - Es:Alcatraz atlánticoFi:suula - Fr:Fou de BassanIt:Sula - Nl:Jan van GentNo:HavsulePt:Alcatraz ou Ganso-patolaSv:Havssula - Ru:Северная олуша

C 85-97 cm, ENV 170-192 cm

O alcatraz reproduz-se no Atlântico Norte e no Canadá. As áreas predilectas para invernar são o Mediterrâneo e as costas da África Ocidental e no Atlântico europeu forma colónias ao longo de costas rochosas e em ilhas inacessíveis, concentrando-se sobretudo no Oeste da Escócia (St. Kilda).
Os juvenis são de coloração castanho escuro no primeiro ano e progressivamente começam a tornar-se mais claros até atingirem a maturidade aos cinco anos. Nos adultos a plumagem é branca com asas de pontas pretas. O bico e os olhos são azuis claros. Na época de reprodução, a cabeça e o pescoço ficam coloridos num tom suave de amarelo.

Os indivíduos que frequentam as águas de toda a costa continental portuguesa podem ser observados durante todo o ano, principalmente durante o Inverno e em especial durante os períodos migratórios pré e pós-nupcial.
É uma espécie que habita exclusivamente na Zona pelágica  e apenas pisa terra firme em ocasiões excepcionais e no período de reprodução.

O Alcatraz executa espectaculares mergulhos em alta velocidade no oceano, de até 40 metros de profundidade, para se alimentar de peixes que vivem normalmente em cardume (sardinhas, carapaus, cavalas e peixe-agulha) e rejeições lançadas por barcos pesqueiros.
Nas águas continentais portuguesas, o alcatraz é uma das aves marinhas mais abundantes. Durante os períodos de invernada e de passagem migratória, nos meses de Setembro a Março, esta espécie é particularmente numerosa. Nas zonas em frente aos cabos Raso e de São Vicente (o ponto mais ocidental da Europa), durante a migração, podem passar várias centenas de indivíduos por hora. A nível global as populações desta espécie estão a aumentar, o que se deverá reflectir no número de aves que frequenta as águas portuguesas.
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Phoebastria immutabilis

Laysan albatross

Há dias a traz recebi uma mensagem de um dos meus filhos mencionando apenas com um link e o título:
 “Albatroz mãe aos 65 anos”…
Pela leitura da publicação verifiquei tratar-se de um Albatroz-de-laysan (Phoebastria immutabilisque nidifica regularmente no Atol de Midway no Oceano Pacífico Norte.

Claro que se trata de uma espécie de outros mares e diferente do nosso Alcatraz/Albatroz. Todavia, como achei muito interessante também o trabalho que é desenvolvido naquele refúgio de vida selvagem em prol da preservação das espécies, quero disso dar conhecimento e partilhar convosco essa publicação, principalmente para os que se interessam por curiosidades relativas à longevidade das espécies em vida selvagem.


Outras informações:
- As minhas fotos fora obtidas no Atlântico 6 milhas a sul de Sagres, Algarve, Portugal

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terça-feira, 22 de março de 2016

Gaivotas raras em Portugal

Larus glaucoides | Larus hyperboreus



Ontem (21.03.2016), manhã cedo, fui observar gaivotas à Praia de Matosinhos.
Para inicio de Primavera o dia estava um pouco encoberto e a luz não era muito boa para fotografar.
Mas, já que me tinha levantado da cama tão cedo, era de ver o que andava por ali…
Binóculos em posição e vamos lá mirar as patas das meninas!
Anilhas? muito poucas para o desejado.
Entretanto, eis que numa mancha de gaivotas, se destaca um “artista” não muito habitual por estas paragens. Era um belo jovem de Gaivota-hiperbórea!

Procurei aproximar-me dela um pouco mais mas o melhor que consegui foram estas fotos porque ela só se deixou observar por breves momentos e partiu na direcção do mar.


Todavia, o dia estava a começar bem porque passados algumas dezenas de metros a sul descubro outra “artista” de uma “trupe” também famosa, era uma das minhas favoritas a Gaivota-polar.

Tentei aproximar-me dela mas logo levantou voo para dentro do Porto de Leixões. Azar!

Decidi então segui-la para dentro da doca para ver se a conseguia localizar.
Sorte! Num dos cais lá estava ela, o sol também furou as nuvens e permitiu-me fazer o vídeo.

Embora as fotos conseguidas não sejam de boa qualidade, não deixo de as partilhar.


Ambas as espécies estão classificadas em Portugal como Raridades.
As observações destas espécies encontram-se sujeitas a homologação pelo Comité Português de Raridades.

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sábado, 19 de março de 2016

Germany Gulls (1)


Lesser black-backed gull | Goéland brun| Gaviota sombria | Gaivota-d'asa-escura

2015.01.27- Porto Leixões


- Anilha - Y[H.04K]
- Anilhador - Sönke Martens, Dr
- Idade quando anilhada: Pinto
- Data e local da anilhagem – 15.07.2006 – Ilha de Helgoland-Düne,Alemanha 
- Distância entre Helgoland-Düne e Matosinhos  - 1900 kms (em linha recta)

2015.11.15  -Praia Matosinhos

- Esta ave foi anilhada pelo Projecto de Hamburgo liderado por Sönke Martens, Dr.
- Em 2015 registei em Matosinhos 12 aves deste projeto Alemão.

2015.11.20 - Praia de Matosinhos



                             Quadro de observações anuais
ANO
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
*
2006






1



2

3
2007



1








1
2008

1


1


1




3
2009







1
1
1


3
2010




1




2


3
2011


1

1


1
4
1
1

9
2012




1

1


6
1

9
2013









3


3
2014






1





1
2015
2









4
1
7
2016
1
1










2

Alemanha
Holanda
França
Espanha
Portugal

* Numero de observações anuais registadas

Observadores:
Na Alemanha: Sönke Martens, O. Ekelöf
Na Holanda: H. Verkade
Em Espanha: XH, A. Aldalur, M.Garcia, del Valle,
Em França: Damian-Picollet, S.
Em Portugal: Peter Rock, Roland-Jan Buijs, Millais, D.Hiemstra, M. Davis, Tim van Nus, Pedro Moreira, Paul Veron, Wells, Inocêncio Oliveira, B.Hälterlein, José Marques.

2015.12.07 - Porto de Leixões

Curiosidades migratórias:
- Os registos na Alemanha são todos na ilha de Helgoland-Düne, seu local de reprodução.
- A maioria dos registos no Algarve  foram em Outubro nos anos de 2009; 2010;2011; 2012;2013.                                             

- A ilustração no mapa evidencia a rota migratória utilizada por esta gaivota.

Observações registadas por localidade

País

Localidade
Registo anuais

SOMA
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
Alemanha
Düne
1



1
1
1




4
Holanda
Noordwijk


1








1
França
Mimizan










1
1

Espanha
Getaria





1





1
Pontevedra






1




1
Huelva *


1


4


1


6



Portugal
Matosinhos
2
1
1
1

1



7
1
14
Mira



1







1
Sines






1




1
Quarteira




1
2
6
3



12
Olhão



1







1
Monte Gordo




1






1
SOMA
3
1
3
3
3
9
9
3
1
7
2
44
*Ponto mais a Sul conhecido

2016.01.15 - Porto de Leixões

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Agradecimento:
A história de vida desta ave foi disponibilizada por Sönke Martens,Dr.


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