Gaivota-dominicana na Praia de Matosinhos
Na passada Quinta-feira (11.Outubro), eu e o amigo Armando Mota registamos a presença de um individuo desta espécie na Praia de Matosinhos sendo, tanto quanto sei, o primeiro registo desta espécie no Concelho de Matosinhos. O primeiro registo na Península Ibérica aconteceu também no Norte de Portugal e foi feito pelo meu amigo e companheiro de Gullwatching, Inocêncio Oliveira, em Vila Chã, Vila do Conde, no dia 5 de Junho de 2013.
O Armando Mota e eu admitimos que se trata da mesma ave que foi recentemente avistada na Praia de Espinho pelo “gaivoteiros” Luiz Mota e Manuel Petiz. Pela grande raridade de observação desta espécie nesta região seria um acontecimento enorme tratar-se de indivíduos diferentes.
Esta espécie é considerada uma raridade em toda a Europa e os indivíduos observados em Portugal devem ser reportados ao Comité Português de Raridades.
Algumas pessoas pensam que o nome seja devido a uma espécie originária da Rep. Dominicana. Todavia, o nome científico significa: do (Grego) larus=gaivota; e dominicanus aludindo as vestes pretas e brancas usadas pelos frades dominicanos. Ou seja, Larus dominicanos=Gaivota vestida como os dominicanos.
Com uma envergadura de cerca de 58 centímetros, reproduz no Hemisfério Sul e o seu porte está entre a Gaivota-de-asa-escura (Larus fuscus) e o Gaivotão-real (Larus marinus).
Sendo uma espécie sem dimorfismo sexual, o adulto possui o dorso e as partes superiores das asas negras ao passo que a cabeça e as partes inferiores são brancas. O bico é amarelo, tendo uma mancha vermelha na ponta da maxila. A cor da pele das patas é amarelo-esverdeado. Os juvenis têm a plumagem das partes superiores castanho-acinzentado densamente salpicadas de branco; as partes inferiores são brancas manchadas de castanho. O bico é preto e as patas são cinzento-rosadas.
Existem cinco subespécies:
-Larus dominicanus dominicanus (Lichtensteis, 1823) – ocorre no Sul da região costeira da América do Sul, Ilhas Malvinas, na Ilha Georgia do Sul, na Nova Zelândia e na Austrália;
-Larus dominicanus austrinus (J.H.Fleming, 1924) – ocorre no Continente Antártico e nas Ilhas da Antartica;
-Larus dominicanus judithae (Jiguet, 2002) – ocorre nas ilhas da região subantárctica do Oceano Indico;
-Larus dominicanus melisandae (iguet, 2002) – ocorre na região costeira do Sul e Sudoeste de Madagascar;
-Larus dominicanos vetula (Bruch, 1853) – Ocorre na região costeira da África do Sul e da Namíbia.
Creio que todas (poucas) as aves observadas no continente europeu pertencem a esta última subespécie (vetula).
Esta espécie é nativa nos países:
Angola; Antárctica; Argentina; Austrália; Barbados; Ilha Bouvet; Brasil; Chile; Equador; Malvinas; Territórios Franceses do Sul; Gabão; Ilhas Herd e Macdonald; Madagáscar, México; Moçambique; Namíbia; Nova Zelândia; Peru; Senegal; África do Sul; Geórgia do Sul e Ilhas Sandwich do Sul; Uruguai.
É migrante nos países:
Mauritânia, Panamá; Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha; Seychelles e Trinidad e Tobago.
PS:
Depois desta publicação, voltei a ver este individuo nos dias subsequentes.
Das imagens obtidas nesses dias concentrei um resumo neste video.
Agradecimento:
Ao meu amigo Armando Mota pela amizade e companheirismo e pelas fotos que de forma inequívoca mostram a passagem desta ave pela Praia de Matosinhos.
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